Universidade em
foco - 24/05/2007 22:00 |
SALÁRIOS
Cruesp oferece 3,37% de
aumento salarial. Funcionários querem 3,15% mais parcela fixa de
R$ 200,00
Roberto C. G. Castro / Jornal da USP
Reajuste salarial de 3,37% para professores e
funcionários foi a proposta apresentada nesta quinta-feira, dia
24, pelo Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades
Estaduais Paulistas) ao Fórum das Seis – entidade que reúne
representantes dos docentes e servidores da USP, Unesp e Unicamp
–, em reunião realizada na Reitoria da Unicamp, em Campinas. O
reajuste é o índice de inflação dos últimos 12 meses medido pela
Fipe. “Esse índice recompõe o salário de um ano atrás e mantém o
seu poder aquisitivo”, disse o professor José Tadeu Jorge,
reitor da Unicamp e presidente do Cruesp.
Já o Fórum das Seis propôs reajuste de 3,15% e uma parcela fixa
mensal de R$ 200,00 para todos os professores e funcionários. O
índice é igual à inflação medida pelo Dieese, que neste ano, ao
contrário do que acontece normalmente, ficou abaixo do índice
medido pela Fipe. “Queremos que a recomposição salarial seja
feita sempre com base nos índices do Dieese, não importa se eles
são maiores ou menores do que os da Fipe, como ocorre neste
ano”, explicou o vice-presidente da Associação dos Docentes da
USP (Adusp), professor Francisco Miraglia. “Quanto à parcela
fixa de R$ 200,00, é uma forma de beneficiar aqueles que ganham
menos.” Os professores farão assembléia nesta sexta-feira, dia
25, às 10 horas, no Auditório da Geografia, para deliberar sobre
a proposta do Cruesp. Os funcionários deverão se reunir na
segunda-feira, dia 28. Nova reunião entre o Cruesp e o Fórum da
Seis está marcada para sexta-feira, dia 1º de junho, às 15
horas, também na Reitoria da Unicamp.
José Jorge destacou que reajustar os salários segundo o índice
da Fipe é uma atitude de “coerência” do Cruesp, que, com base em
estudos, vê nesse índice – que mede a inflação na cidade de São
Paulo – a forma mais apropriada de recompor o poder aquisitivo
dos professores e funcionários. Ele destacou ainda que a parcela
fixa é uma proposta impraticável por três motivos. O primeiro
deles se refere à folha de pagamento. Os R$ 200,00 representam
um aumento médio de 5,16% na folha de pagamento das três
universidades. Somados aos mais de 3% de reajuste, isso
significaria um acréscimo de mais de 8%, inviabilizando o
orçamento. O segundo motivo contrário à parcela fixa se refere à
estrutura da carreira em vigor nas universidades, que prevê
diferentes referências, com uma diferença de 5% entre elas. “Os
R$ 200,00 quebram toda essa estrutura, causando um problema
intransponível.” O terceiro problema, segundo Tadeu, é que
carreira é uma decisão de órgãos colegiados das universidades.
Na Unicamp, por exemplo, ela é definida pela Câmara de
Administração do Conselho Universitário. “Nós, reitores, não
podemos de jeito nenhum tomar decisões nessa área.”
Ao sair da reunião, a reitora da USP, Suely Vilela, cumprimentou
representantes do Fórum das Seis pela “racionalidade e
sensibilidade” demonstradas no encontro, que ocorreu das 15h45
às 18h45. Ela lembrou que o índice de reajuste não pode ser
elevado acima dos 3,37% porque esse valor já compromete 89,12%
do orçamento da USP e ultrapassa os 90% do orçamento da Unesp e
da Unicamp. A reunião teve a presença também dos vice-reitores
da USP, Franco Maria Lajolo, e da Unesp, professor Herman
Voorwald, além do segundo vice-presidente da Adusp, João Zanetic,
e da diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp),
Neli Wada.
Leia o comunicado do Cruesp:
Comunicado Cruesp no. 01/2007
Reajuste salarial de maio de 2007
Em reunião realizada nesta quinta-feira com o Fórum das Seis, o
Cruesp fixou em 3,37% a proposta de reajuste salarial para
docentes e funcionários das Universidades Estaduais Paulistas.
O reajuste de 3,37%, a ser aplicado a partir dos salários de
maio de 2007, corresponde ao índice de inflação medido pelo
IPC-Fipe no período de maio de 2006 a abril de 2007.
Com este índice, o Cruesp reafirma o propósito de preservar o
poder aquisitivo dos salários e, ao mesmo tempo, manter o
indispensável equilíbrio financeiro das Universidades.
Campinas, 24 de maio de 2007 |
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