Universidade em foco - 01/06/2006 21:45
SALÁRIOS
Cruesp não altera proposta de
reajuste salarial
Jornal da USP
Na quarta reunião de negociação salarial entre o Conselho de Reitores das
Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e o Fórum das Seis, que integra os
sindicatos de docentes e funcionários da USP, Unesp e Unicamp, não foi
alterada a proposta de reajuste salarial apresentada anteriormente pelos
reitores. A reunião foi realizada nesta quinta, dia 1º, na Reitoria da USP.
O reajuste é de 2,55% – percentual correspondente à inflação dos últimos
doze meses medida pela Fipe –, dividido em duas parcelas, sendo a primeira, de
0,75%, incorporada aos salários de maio. A segunda, de 1,79%, será paga em
setembro e terá retroatividade a maio caso a arrecadação do Estado chegue a
R$ 40,6 bilhões.
“Os reitores da Unesp e Unicamp falaram de suas dificuldades e reafirmaram que
não há condições de alterar a proposta em função do comprometimento orçamentário
com folha de pagamento”, explica a reitora da USP e presidente do Cruesp,
Suely Vilela. Para a professora, os números de maio apontam para “um cenário
positivo” em termos da arrecadação do ICMS do Estado.
De acordo com João Zanetic, segundo vice-presidente da Associação dos
Docentes da USP (Adusp), “a indignação das diferentes categorias do Fórum
vai certamente aumentar, pois esperávamos que o Cruesp saísse dos 0,75% e
viesse com uma proposta que contemplasse mais proximamente as nossas reivindicações”.
Zanetic diz que essa proposta do Cruesp já foi rejeitada pelas categorias.
“As próximas assembléias devem manter a rejeição e articular a greve em
diferentes momentos nas três universidades”, afirma. O Fórum defende um
reajuste de 7%.
A reitora Suely Vilela salienta que vários temas da pauta específica do
Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) já foram encaminhados, como o
reajuste de benefícios anunciado no dia 24 de maio. “As demais reivindicações
estão sendo tratadas de forma setorizada”, diz. “Obviamente que o diálogo
está sempre aberto, mas como presidente do Cruesp preciso defender as posições
do Cruesp.”
Na próxima reunião, na quinta-feira da semana que vem (dia 8), Cruesp e Fórum
das Seis seguirão debatendo o reajuste salarial e a tramitação da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2007 na Assembléia Legislativa. O Fórum já
encaminhou emenda na qual pede o aumento da cota-parte para manutenção das
universidades de 9,57% para 11,6% do ICMS, além de 2,1% para o Centro Paula
Souza e destinação de 33% da receita do Estado para a educação em todos os níveis.
O Cruesp defende o aumento do repasse para 10,0339% do ICMS e quer que o governo
do Estado assuma a parcela correspondente aos inativos, cujos proventos
atualmente saem do orçamento das universidades. O prazo para encaminhamento de
emendas à LDO vai até o dia 19 de junho.
Leia a seguir a íntegra do comunicado divulgado pelo Cruesp após a reunião.
“Comunicado CRUESP nº 02/2006
Em reunião com o Fórum das Seis realizada em 1º de junho de 2006, o CRUESP
manteve a proposta de 25 de maio de 2006, de reajuste total de 2,55%, que
corresponde ao índice de inflação medido pelo IPC-FIPE no período maio/2005
a abril/2006, a ser aplicado da seguinte forma:
1. Reajuste de 0,75%, já aplicado sobre os salários de maio.
2. Reajuste de 1,79%, que incidirá sobre os salários de setembro/2006,
perfazendo o total de 2,55%. A concessão do referido índice complementar estará
condicionada à realização da estimativa de arrecadação do ICMS prevista na
Lei Orçamentária (LOA/2006), no montante de R$ 40,219 bilhões. Caso a
arrecadação acumulada até agosto/2006 atinja o previsto pelo Estado para o
período (oito meses), o CRUESP considerará confirmada, na prática, a previsão
anual.
3. Caso a arrecadação anual do ICMS de 2006 atinja o montante de R$ 40,6 bilhões,
o reajuste de 1,79% concedido em setembro, retroagirá a maio de 2006.
São Paulo, 1º de junho de 2006.
CRUESP”