A
construção de três novos campus da Universidade Estadual Paulista
(Unesp) - em São Paulo, Franca e Rio Claro - começará a sair do papel
até o fim do ano.
Uma lei aprovada na Assembléia
Legislativa e sancionada na terça-feira pelo governador Geraldo Alckmin
(PSDB) autoriza a universidade a usar até 2007 um empréstimo de R$
29,8 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) para as obras.
O governo do Estado entrará com R$ 12,8
milhões, já previstos no Projeto de Lei Orçamentária de 2006. Desse
modo, a construção das três unidades somará R$ 42,6 milhões.
O contrato para a liberação do
dinheiro, que começou a tramitar há cinco anos, já foi assinado e o
projeto dos prédios foi aprovado pelos órgãos das prefeituras. A
instituição prepara agora um documento que será enviado à Secretaria
do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Fazenda, para ratificar a
operação de crédito. Depois disso, serão publicados os editais para
as construções, previstas para terminar em 2007.
"Em um mês devemos ter o que falta
pronto e poderemos abrir a licitação. O edital já está pronto. É um
processo importante para a instituição no momento em que trabalhamos
para consolidar a expansão que tivemos nos últimos anos sem perder a
qualidade", afirma o reitor da Unesp, Marcos Macari.
"Precisamos melhorar nossa estrutura para conseguir ampliar a
oferta no futuro."
Mais vagas
A unidade de São Paulo será erguida em
um terreno de 24 mil metros quadrados na Barra Funda. Deverá abrigar os
Institutos de Artes (IA), que hoje funciona na Rua Dom Luís Lasagna, no
Ipiranga, e o de Física Teórica, que está na Alameda Lorena, nos
Jardins.
Além disso, é possível que se torne
também a sede da reitoria, hoje em um prédio em Cerqueira César. No
entanto, o local poderá ser um complexo universitário da Unesp em São
Paulo, com novos cursos e vagas no futuro.
"O governo consentiu que a
universidade tomasse esse empréstimo porque entende que é um processo
de melhoria das condições de ensino e pesquisa. Entendemos que é
importante colaborar com a expansão e com a manutenção do que já
existe", diz Fernando Dias Menezes, secretário-adjunto de Ciência,
Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, secretaria no Estado à qual as
universidades são vinculadas.
"Certamente, depois de pronto, haverá
mais vagas. Havendo instalações adequadas, a demanda é criar novas
vagas", afirma.
Interior
Em Franca serão investidos R$ 14,3 milhões
em um campus para abrigar os cursos de História, Direito e Serviço
Social, que hoje funcionam em um edifício da prefeitura. O de Rio Claro
receberá R$ 13,4 milhões para abrigar o Instituto Geociências e Ciências
Exatas, hoje espalhados.
"Os campus fazem parte de um projeto
futuro de expansão. Nos edifícios atuais não há mais área para
crescermos. É um preparo para os próximos anos", explica o
reitor.
Nos últimos cinco anos, a Unesp passou
por um processo grande de expansão, que provocou críticas de parte de
professores, alunos e funcionários, que reclamavam da precariedade das
condições de ensino.
Em quatro anos, as vagas subiram 37% - e
a universidade abriu novas unidades em sete cidades do interior, muitas
delas em parceria com as prefeituras, que cederam terrenos ou edifícios.
Nesse período, um dos principais problemas enfrentados foi a falta de
professores para alguns cursos.
Hoje, a Unesp tem 33 unidades em 23
cidades. São 168 cursos de graduação e cerca de 30 mil alunos.